Pular para o conteúdo principal

Investimento em Ciência e Desenvolvimento Econômico


O Brasil vem perdendo posições no ranking que indica inovação tecnológica desde 2010, estando atrás  de países como a China, Chile, Índia, México, Peru e Malásia, segundo o IMD Foundation Board. Esta perda e falta de incentivo à ciência brasileira se reflete  na pauta de produtos brasileiros exportados que são em sua maioria commodities.
O mercado  de commodities representa apenas 26% do comércio mundial. Traduzindo: o Brasil exporta produtos com valor agregado baixo (vulnerável e com preço fixado lá fora) e compra produtos com alto valor agregado, resultando e termos econômicos de troca desfavoráveis a balança comercial nacional, favorecendo o baixo crescimento e a perenização da pobreza.
Ao contrário do Brasil, a China vem de forma crescente elevando os seus investimentos em P&D, sendo o segundo maior investidor nessa área, vem sendo seguida por outros países como México, e Índia que procuram maneiras de aumentar a participação no comércio internacional com produtos de valor agregado em tecnologia.
Nesse cenário, os brasileiros são surpreendidos (de forma não positiva) com cortes no orçamento para a pesquisa e o desenvolvimento científico em 2017 e mais assustador ainda na contemplação orçamentária para 2018.
A pergunta que não quer calar:  Quem estar no comando dessas políticas desfavoráveis ao Brasil ? Por que interessa o enfraquecimento das forças brasileiras ? (educação, ciência e cultura)
Voltando a questão econômica. O déficit na balança comercial de produtos com valor agregado em tecnologia aumentou em 184% no período de 2017 a 2010,  principalmente em produtos na área da saúde (medicina e biomedicina) e eletrônicos.
"Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mais de 60% das exportações brasileiras são constituídas de produtos não industriais ou de relativamente baixa intensidade tecnológica (commodities, produtos intensivos em mão de obra e recursos naturais) e menos de 30% são produtos de maior conteúdo em tecnologia. Há sete anos o país detinha a exportação de 3,77% de todas as commodities negociadas no mundo. Em 2009, a participação subiu para 4,66%, índice bastante superior à participação do Brasil no total do comércio internacional, estimado em cerca de 1,5%." (Senado Federal)
 Mais uma vez, países como Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul e Taiwan têm aumentado suas participações no comércio mundial de produtos intensivos em tecnologia. (não vou desenhar, porque já tá demasiadamente claro a relação entre ciência e desenvolvimento econômico).
Nos últimos anos, vinha no Brasil se estruturando uma inteligência e capacidade interdisciplinar da ciência brasileira que provavelmente ameaçava o oligopólio mundial dos produtos intensivos em tecnologia.

Se os cientistas brasileiros mesmo sem condições econômicas em terreno desfavorável à ciência vinham se destacando mundialmente, imagine se o Brasil desse a devida atenção financeira para a educação e a ciência, pois todos sabem que a educação e a ciência promovem externalidades econômicas que consolidam a posição de um país frente ao cenário mundial.




Boa semana !!!


Veja mais em:

http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/inovacao/produtos-de-alta-tecnologia-na-exportacao-do-brasil.aspx 

 http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-07/sbpc-brasil-precisa-aumentar-investimento-em-ciencia-defende

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Economia Colaborativa

A  economia colaborativa vem pra estabelecer o jogo ganha-ganha no mercado. As empresas ao ganharem produtividade no processo de produção e de prestação de serviços podem reduzir os seus custos fixos. Para Camila Haddad, pesquisadora e fundadora do Cinese, "a economia colaborativa  é construída sobre redes de pessoas e comunidades, em oposição a instituições centralizadas".    Estabelecer parcerias e relacionamentos de longo prazo ajuda a manter o negócio sustentável, como o exemplo citado: "Um exemplo é a Maschinenring, tipo de associação que atua nos setores agrícola e florestal da Alemanha com base no uso colaborativo de maquinário e na localização de capacidade excedente para fazendas e áreas de floresta."(EXPERIENCE) Temos empresas que estão se consolidando na economia colaborativa, como a UBER, AIRBNB, ENJOEI e COMPREI E NÃO VOU ...são estruturas conectivas que utilizam os interesses das pessoas para facilitar e reduzir custos. O principal ness...

Investimento em Educação.

Os investimentos em Educação são amplamente reconhecidos como um fator-chave para o desenvolvimento socioeconômico de um país. Nos Estados Unidos, os gastos públicos e privados com Educação têm sido objeto de intensos debates e análises, dado seu papel crucial na promoção do progresso social.                                         Fonte:  ONU - 17 Obejtivos do Desenvolvimento Sustentável. Diversos autores têm se debruçado sobre a conexão entre Educação e desenvolvimento social. Uma das teorias fundamentais é a do Capital Humano, desenvolvida por economistas como Theodore Schultz e Gary Becker. Eles argumentam que os investimentos em Educação aumentam a produtividade e as habilidades dos indivíduos, gerando retornos socioeconômicos significativos em termos de renda, empregabilidade e bem-estar geral. Outro aporte teórico relevante é a Teoria do Crescimento Endógeno, proposta por Paul...

Revolução Tecnológica Social

A Revolução Industrial decorreu de várias inovações tecnológicas introduzidas na produção industrial. Inicialmente na Inglaterra, expandido-se para os Estados Unidos, Alemanha, França, Japão e outros. Tal como a Revolução Industrial, a Revolução Tecnológica Social atual também resulta de inovações introduzidas nos mais diversos campos das atividades humanas (gerenciamento de informações, biotecnologia, energia renováveis, espacial, agropecuária, medicina etc.), isso significa aumento da produtividade e dos salários de uma pequena parcela de profissionais qualificados. Do outro lado, há uma parcela de trabalhadores que se encontram em condições de remuneração precária ou estão sem trabalho. Do lado da OFERTA, na Revolução Industrial, houve expansão na oferta de bens que foi assimilado pelos novos trabalhadores e pelo consumo nos centros urbanos que se multiplicavam na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia. Hoje, o círculo dinâmico do desenvolvimento está assentado na Revolução Tec...